sexta-feira, 15 de julho de 2016

DISCURSO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA MANUEL PINTO DA COSTA POR OCASIÃO DOS FESTEJOS DA COMEMORAÇÃO DO 41º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA [ 12-7-1975 / 12-7-2016 ] NA PRAÇA DA INDEPENDÊNCIA :

Compatriotas

Hoje é o dia da independência.
O dia mais importante da nossa história enquanto povo.
O dia em que conquistámos a liberdade e tomámos o destino nas nossas mãos.
Esta será para sempre uma data inesquecível e que por todos deve ser celebrada.
Pelos que tiveram oportunidade, como eu, de viver os acontecimentos que se desenrolaram nesta praça emblemática.
O hastear, pela primeira vez, da bandeira nacional que é o símbolo máximo da nossa soberania enquanto nação e em que tocou o hino nacional que proclama a “independência total, total e completa”.
Aos que, como eu, estiveram aqui cabe transmitir a emoção desses momentos ímpares da nossa história colectiva.
Temos de saber passar de geração em geração a emoção que constituíu o nascimento de São Tomé e Príncipe como nação livre e independente, a chegada da liberdade por que tantos ansiavam e tantos lutaram, alguns com o sacrifício da própria vida.
Este é um dia em que devemos honrar a memória de todos os que contribuíram para a causa da independência, nomeadamente os que já não se encontram entre nós e para todas a vítimas do colonialismo.

Aos que tombaram na luta pela libertação deve neste dia ser prestada uma sentida homenagem que traduza o reconhecimento que lhes é devido por todos os Santomenses.
12 de Julho de 1975 foi um dia que então vivemos com a euforia dos grandes momentos a chegada da liberdade e, hoje 41 anos depois, é uma data que devemos celebrar renovando os sentimentos de então da união, solidariedade, esperança e confiança e orgulho de ser Santomense.
Porque a independência é o nosso bem mais precioso que temos de saber transmitir às gerações mais jovens que não viveram a opressão colonial.
Não pretendo alongar-me muito atendendo ao período eleitoral que o país atravessa.
Gostaria, no entanto, de aproveitar esta ocasião para apelar à participação de todos nas eleições do próximo dia 17.
Estou certo que tudo decorrerá com toda a normalidade de modo a que cada um possa fazer, em consciência e liberdade, a sua escolha.
Mais uma vez saberemos dar ao mundo um exemplo de civismo e de maturidade da democracia Santomense.
Quero saudar fraternalmente todos os Santomenses. Os que aqui se encontram nesta nossa terra mãe e os muitos milhares na diáspora espalhados por esse mundo fora e que são verdadeiros embaixadores da identidade nacional.
Permitam-me também uma saudação especial ao corpo diplomático residente e não residente, cuja presença neste acto central quero agradecer e que muitos nos honra.

Compatriotas

Há 41 anos começámos a construir o caminho que escolhemos para São Tomé e Príncipe enquanto Nação livre e Independente.
Não é um caminho fácil mas é um caminho que vale a pena percorrer até que o sonho que em todos alimentou a luta pela libertação seja cumprido e que os ideais de então se concretizem.
Hoje, 12 de Julho, é o dia de todos os Santomenses e é a todos que me dirijo para vos dizer que a nossa independência terá de ser sempre um dia de festa porque a conquista da liberdade será sempre um motivo maior para festejar por muitas que sejam as dificuldades que cada um enfrenta no dia a dia.
É também um dia que devemos viver com união, apesar das diferenças, para que todos possamos celebrar em conjunto o facto de sermos livres para decidir para onde queremos ir e qual o futuro que queremos conquistar.